Estrada do vinho do rio Mosel, a caminho de Trier
A região do Mosel é considerada a mais antiga plantação de
vinhedos da Alemanha, introduzida com grande pompa e circunstância
pelos romanos, muitos após à conquista da Gália Cisalpina por
Júlio César (55 a.C.), poisó no final do III séc. d.C. É que
iniciaram as plantações de vinhedos. Durante bons 200 anos o vinho
era aqui um produto importado! Ainda hoje não é claro se já
plantassem uva aqui antes da chegada dos romanos, mas uma vez
introduzidos os vinhedos, nunca mais eles pararam a produção de
vinho, nem mesmo com a invasões das tribos germânicas.
Cada um tem uma razão
para fazer esta estrada do vinho. A minha era chegar em
Trier e ver a
Basílica de Constantino, que estava estudando. Em
Koblenz pegamos um
carro e fomos para mais uma aventura. Depois de dias frios num verão
atípico demais, não via a hora de chegar num lugar mais
aconchegante. De repente as cores mudam, o ritmo muda e fica tudo
mais doce. Isso quer dizer que você chegou na
Bundestrasse 49.
Eu sou a fã número 1 dos
pic-nics (ou convescotes, diria meu bisavô), por isso assim que
embocamos a estrada já comecei a me preparar para escolher o melhor
lugar para sentar e admirar este rio tão simpático que corre às
vezes mais rápido, às vezes mais lento aos pés destas colinas
verdes e férteis – sanduíche comprado no primeiro café onde
paramos para fazer uma pausa antes de iniciar!
Não tinha me programado
para ralentar nem admirar um verão cheio de flores nas varandas, uma
enxurrada de casinhas em estilo eixamel e vinhedos que enfeitam
cidadezinhas, nem mesmo para tomar sorvete no caminho! Mas foi isso
que aconteceu!
O trajeto de 130km se
transformou num programão para o dia e me prometi voltar para ficar
um final de semana inteiro e visitar melhor a zona. Adorei Cochem,
Traben-Trachbach e Burgen.
Em tempos modernos o Mosel
era um rio “selvagem” e não navegável, até à metade do século XX.
Aí, Alemanha e
França pagaram uma manobra de quase um milhão de marcos para abrir
esta estrada sobre as águas; o interesse da França era facilitar o
transporte da zona industrial da Lorena com o porto de Roterdam – e
os gauleses cacifaram 2/3 do custo da
operação.
Da Alta Idade Média à
Revolução Francesa, a maior e melhor parte da produção de vinho
estava nas mãos da Igreja (monastérios, igrejas, catedrais) e de
famílias nobres. A partir daí as propriedades foram divididas (em
torno a 2 hectares) entre pequenos proprietários e campesinos, e é
assim que encotram-se distribuídas até hoje, com algumas
propriedades que chegam à pouco mais de 5 hectares.
A produção de vinho
branco aqui é rainha: 90% contra 10% de tinto – com
aproximadamente 5300 hectares, é a maior plantação de Riesling do
mundo. Os vinhedos de Müller-Thurgau representam 13,7% das partes
baixas e planas, plantado sobre a terra fina. Os outros tipos de uva
plantados aqui são a Elbling (o tipo mais
antigo, introduzido pelos romanos), Kerner, Blauer Spätburgunder,
Dornfelder, Weißer, e Grauer Burgunder.
Informações
práticas
- Minhas pausas para admirar
a paisagem foram, com muito gosto: Cochem, Traben-Trachbach e Burgen
- Comprei
vinho no:
Weingut Alfred Walter -
Hauptstrasse 188 - 56867 Briedel
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